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Bate-papo sobre imagem corporativa com Raquel Alvarenga, diretora de RH da Bacardi

Gaby Beraldo

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A imagem é o primeira impressão que deixamos nas pessoas. São necessários apenas 15 segundos para que uma pessoa crie conceitos e estabeleça um pré-julgamento daquela que observa. E, no ambiente de trabalho, esta afirmação não é diferente: um look mal produzido ou inadequado, pode diminuir ou mesmo acabar com boas chances profissionais. Pensando nisso, conversei com a Raquel Alvarenga, diretora de Recursos Humanos da Bacardi e pedi algumas dicas sobre como não fazer feio no escritório.

GB – A imagem é o primeiro contato que temos com o outro. Através da roupa que vestimos, passamos a imagem de quem somos. Numa entrevista de emprego, faz diferença a maneira com que o candidato se veste?

Sim, com certeza. A maneira como o candidato se apresenta, fala e se comporta faz parte da avaliação pois transmite informações importantes sobre quem a pessoa é. Algumas empresas são mais ou menos formais e o candidato deve conhecê-la para poder se adequar à sua cultura.

Eu, por exemplo, trabalho numa industria de bebidas, que é um segmento menos formal e permite uma descontração maior na forma de vestir via de regra. O mercado financeiro, por sua vez, é mais formal, então, o candidato já sabe que o terno e a gravata vão fazer parte do seu vestuário do dia-a-dia normalmente.

A roupa da pessoa em si, sozinha, não é o que mais importa numa entrevista de emprego, mas ela pode passar uma imagem diferente do que a pessoa é ou do que ela deseja ser percebida - e por isso ela é importante e deve ser escolhida com cuidado.

GB – Você já eliminou algum candidato de processo seletivo pela maneira com que ele se apresentou na entrevista?

Só pelas roupas, não. Mas algumas vezes a roupa passou uma primeira impressão negativa que acabou se confirmando. Acho que a leitura inicial na verdade é sempre mais ampla que só a roupa - é a presença do candidato, a segurança, a energia que ele transmite no olhar, na voz, no aperto de mao...

GB -A Bacardi – e a indústria de bebidas em geral – tem um código de vestimenta mais informal. É comum ter funcionário que confunde o estilo casual com look de final de semana?

Às vezes, acontece. Um dia ou outro de deslize é normal, deixamos passar. Às vezes, o funcionário não está num dia bom, acontece com todos nós, erramos mesmo. Mas se é uma situação recorrente, é responsabilidade do gestor sinalizar. Para alguns contextos de mais flexibilidade vale explicitar as regras. Por exemplo: algumas empresas adotam a Casual Friday. Nós da Bacardi temos Casual Everyday entao a "novidade" é mais no verao, quando temos o Bermurday liberado às sextas-feiras para os homens.

Sempre enviamos lembretes de boas práticas para evitarmos algum desconforto - se o funcionário precisar visitar ou receber um cliente neste dia, é recomendavel que ele nao use a bermuda, por exemplo.

GB – O que seria uma roupa adequada para o dia-a-dia da empresa: para homem e para mulher?

Posso falar pelo ambiente mais informal que estou acostumada a frequentar: para homens e mulheres vale um jeans legal, uma camisa com um caimento bacana, um sapato elegante. Para as mulheres vestidos e saias confortáveis e de comprimento adequado também são uma ótima opção.

Agora, se a pessoa por exemplo tem uma entrevista e nao conseguiu colher muitas informações a respeito do ambiente para saber se é um local mais ou menos formal, eu apostaria numa coisa no meio do caminho: tanto para os homens quanto para as mulheres, uma calca social com camisa. No caso dos homens, na dúvida, eu iria sem gravata. Só com um blaser.

GB – Por se tratar de uma fabricante de bebidas, é muito comum que funcionários frequentem eventos corporativos que são, na verdade, baladas, festas, shows de música. A Bacardi orienta os funcionários ou tem um código de conduta/vestimenta para estas situações?

Antes de mais nada, a Bacardi orienta o funcionário a seguir o Código de Consumo Responsável - não beba em exagero, se beber nunca dirija, seja responsável. Em relação a roupa nao há uma orientação específica, mas via de regra procuramos nos vestir de acordo com o perfil do cliente que estamos visitando. Se é um lugar mais sofisticado, usamos uma roupa mais bacana. Se é uma casa mais informal, nos adequamos a este perfil também.

GB - Você já teve algum caso de funcionário que se equivocou totalmente no look? Por exemplo, já tive uma funcionária que chegou de bermuda de lycra para trabalhar...

As vezes não é questão de certo ou errado, mas de parâmetros e costumes diferentes. Eu já trabalhei com equipes no Norte do Brasil, por exemplo, onde é comum as funcionárias usarem roupas mais decotadas por conta do calor. Quem é local já está acostumado, mas quando tinhamos reuniões com estrangeiros era complicado. Como essas pessoas não compartilhavam da mesma cultura, tinham um entendimento equivocado.

Quando eu fui morar nos Estados Unidos tambem tive que me adequar. Um dia uma pessoa me falou "se a pessoa do RH está usando esses jeans justos, eu tambem vou usar!". E aquela calça era totalmente aceitável dentro dos padrões brasileiros. Claro que nunca mais usei (risos)

Uma situação de equívoco um tanto comum são as festas de fim de ano. Já vi vestido longo, brilhos e saltos dignos de festa de casamento e formatura.

GB – E você, Raquel? Qual é o seu estilo?

Não me considero uma pessoa super antenada, mas sou vaidosa e gosto me arrumar. Apesar de ser alta eu sempre uso salto, acho que muda o look, a postura, dá elegância. Estou sempre com uma maquiagem leve, com uma escovinha na franja, um brinco... Nao sei qual o nome deste estilo (risos)....

GB – Seu estilo mudou depois que seu filho nasceu? Como?

Meu estilo não mudou, mas agora tenho alguns cuidados, para nossa segurança. Uso brincos menores por causa dos puxões e saltos mais largos para carregá-lo no colo sem desequilibrar. Quando tenho uma peça que gosto muito eu uso por bastante tempo, e para minha alegria as roupas pré-maternidade ja voltaram a me servir.

GB - Você tem alguma peça coringa ou aquele “salvador da pátria” no closet, para os dias sem inspiração?

Diferente da maioria que fala do pretinho básico, quando estou sem inspiração eu recorro a roupas coloridas, para dar um up no ânimo. Meu favorito é um vestido azul escuro estampado. Uso com uma meia calça e, se estiver mais fresquinho, jogo uma terceira peça por cima e pronto, estou confortável e elegante. Sem contar que ele nao amassa então é também uma ótima opção para viagens!

GB – O que você não usaria jamais?

Calça legging justa com estampa de onça não tem nada a ver comigo. Para o trabalho, eu acho o uso de qualquer legging arriscado na verdade. São necessários muitos cuidados na combinação com a peça, uma blusa mais solta e mais comprida, uma bota - e aqui no Brasil é dificil fazer frio pra justificar uma bota com casaco longo. A estampa de onça como acessório já acho bastante interessante, numa echarpe, um detalhe. Agora as duas coisas juntas... Nem pensar!


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