Algumas empresas têm como dresscode o uniforme para destacar seus colaboradores e representantes dentro de um determinado espaço.
Os sentimentos quanto à vestimenta são os mais diversos: enquanto uns gostam pela praticidade ou pelo orgulho de, literalmente, vestir a camisa da empresa, outros acham que o uniforme é inconveniente, pode aparentar um cargo inferior ou mesmo uma empresa de segmento diferente.
Ouvi recentemente numa palestra que ministrei, uma funcionária de multinacional dizer que já havia sido mal tratada numa loja por estar usando o uniforme da empresa. Disse que buscava um presente e imediatamente foi conduzida a seção na qual estavam os produtos de valor mais baixo.
Neste caso específico, a funcionária foi questionada pela própria colega, seu par na empresa, que nos informou que o uso do uniforme era específico para trabalhos dentro do cliente e que deveria ser usado completo (conforme descrito na política de vestuário da empresa) .
Daí, levantou-se a questão sobre a função do uniforme e do papel do próprio funcionário no uso da vestimenta. Pelo lado da empresa, o uniforme é o primeiro ponto de contato de clientes e fornecedores e a companhia; suas cores e peças representam atributos da marca e a visão/missão da empresa.
Do lado do colaborador, funciona como uma ferramenta de comunicação não verbal. Sozinho, não passa a mensagem completa sobre a expertise da empresa e suas competências. É preciso que o próprio funcionário utilize a ferramenta a seu favor, usando -a corretamente: completo, no manequim adequado ao seu corpo, limpo, com bainha feita, botões bem presos, com o calçado adequado. Mas, nada disso terá o devido valor e terá a função a qual se presta se os cuidados pessoais e a postura da pessoa que veste forem inadequadas ou insuficientes.
O uniforme pode, sim, ser um instrumento de empoderamento e de reconhecimento de competências, desde que usado a seu favor.